ANÁLISE TRANSACIONAL
Conceitos Básicos da Análise Transacional
1. Os Estados de Ego:
É uma estrutura interna do indivíduo que se divide em três partes: Estado de Ego pai, Estado de Ego Adulto, Estado de Ego Criança (P, A, C) e são estas estruturas responsáveis pela formação da nossa personalidade e operam em conjunto padronizando nosso comportamento nas relações interpessoais. De modo simplório, o Estado de Ego Pai é aquele que reproduz os comportamentos semelhantes a das figuras parentais ou figuras de autoridade na infância, já o Estado de Ego Adulto se manifesta a partir dos dados da realidade concretos e observáveis, e por fim, o Estado de Ego Criança são as manifestações espontâneas de um estado mental ou comportamento presente na infância. A partir do momento em que tomamos consciência dos momentos em que estamos atuando em cada Estado de Ego há possibilidade nos comportarmos de uma melhor maneira em nossas relações.
2. Transação:
É a maneira com a qual nos comunicamos com outros indivíduos, a relação do estímulo-resposta, ou seja, é a comunicação realizada entre o Estado de Ego de uma pessoa com a de outra.
3. Estruturação do Tempo:
Berne descreve seis maneiras do ser humano estruturar seu tempo, pressupondo que está é uma necessidade básica realizada desde o nascimento. Ele denomina de Isolamento o estado emocional em que nos encontramos isolados, que pode ocorrer inclusive quando se está na presença de uma multidão. Já os Rituais são comunicações altamente estereotipadas e automatizadas que tem a função de reconhecer o outro, como por exemplo, as regras de cortesia e bons modos universais. A atividade é uma forma de comunicação simples que tem o objetivo de entrar em contato com a realidade e atuar nela, como por exemplo, realizar um trabalho, tomar uma decisão. Os passatempos, Como o próprio nome sugere, são empregados para se passar o tempo, e apesar de não se configurarem de um modo automatizado como os rituais, podem ter um aspecto repetitivo, utilizados em bate-papos em festas e situações de convenção social. Os jogos psicológicos se manifestam como uma armadilha ou uma isca que tem o objetivo em findar em um desfecho previsível, geralmente que causa um desentendimento ou um desconforto emocional. E por fim, a Intimidade se caracteriza pela espontaneidade, pela franqueza, sinceridade, empatia, aceitação, e se configura a mais gratificante forma dos relacionamentos sociais.
4. Carícias:
É uma das necessidades básicas do ser humano, a qual todos nós necessitamos. Compreende-se com esse conceito como e porque alguns indivíduos repetem alguns padrões de demonstração de afeto, seja ele positivo ou negativo. As carícias podem ser descritas como positivas quando geram sensação de bem estar e de negativas quando geram mal estar. A relevância deste conceito está na maneira como buscamos as carícias em nossos relacionamentos, o quão abundantes ou escassas elas estão, e quais são as justificativas para tão padrão de trocas de carícias que estamos estabelecendo em nossos relacionamentos.
5. Emoções:
Berne dividiu as emoções em: Emoções Autenticas e Falsas Emoções. Além de facilitar a compreensão das somatizações trazidas pelos pacientes para a clínica, a abordagem ainda colabora para que façamos a substituição das falsas emoções pelas autênticas emoções. Além disto, Berne propõe o reconhecimento e a habilidade em se lidar com cada emoção básica que todos os indivíduos saudáveis sentem e manifestam: a raiva, o medo, a tristeza, o amor e a alegria.
6. Posição Existencial:
É a maneira de nos percebermos em relação ao outro, nos valorizando ou desvalorizando de acordo com os nossos pares e não de acordo com nós mesmos e nossas atitudes. São posições que são tomadas principalmente com as vivencias da infância, momento no qual muitas questões são avaliadas com imaturidade e precariedade de raciocínio. Assim como os Estados de Ego, as posições existenciais são modificadas de acordo com cada situação e tomar consciência delas é fundamental para avaliarmos a forma como nos posicionamos nas nossas relações. Berne propõe de modo simples as seguintes posições: Eu não estou Ok – Você está Ok ; Eu estou Ok – Você não está Ok; Eu estou Ok – Você está Ok; Eu não estou Ok – Você não está Ok; Eu estou Ok + - Você está Ok + .
Jogos Psicológicos: É um recurso não positivo, usado pelo indivíduo como ciladas ou truques que com a intenção de um final previsível que causam desconforto e mal estar. Berne, cita diversos jogos psicológicos, dentre eles, O Jogo Psicológico "Chute-me", revela o comportamento de um indivíduo está sempre fazendo por onde ser despedido, rejeitado e enfim, chutado, como por exemplo, se comporta mal na escola e não se dedica para ser reprovado, se comporta de modo grosseiro com os amigos e namoradas e sempre termina sozinho se questionando: "Por que será que isto sempre acontece comigo?". Os jogos psicológicos é um tema e uma ferramenta complexa, a qual a sua tomada de consciência o indivíduo conseguirá compreender o quanto estes podem ser prejudiciais a sua vida.
7. Script de Vida:
É um plano traçado inconscientemente para sua história de vida nos principais aspectos dela, que é construído desde a primeira infância de acordo com as suas vivencias e com grande influencia das figuras parentais. Os pais (ou substitutos) enviam mensagens de forma verbal ou não verbal que são recebidos pela criança que “decide” por obedecer principalmente por não ter outras informações. São injunções importantes para o indivíduo: "não viva", "não sinta", "não pense", "não cresça", "não seja você mesmo", "não faça", "não consiga" ("fracasse"), as quais o sujeito cresce seguindo e se comportando de acordo com estas injunções, muitas vezes sem sequer ter consciência delas.
8. Triangulo Dramático:
O triângulo dramático é representado por três papéis, o de Salvador, Perseguidor e Vítima, papéis estes utilizados para manter jogos psicológicos e por assim dizer, são papéis assumidos que causam prejuízos nas relações interpessoais. E assim, ao tomar consciência destes papéis o paciente e levado a mudança. O papel de Salvador no triângulo dramático é representado por pessoas altruístas, que se comportam fazendo “de tudo e mais um pouco” pelos outros, elas são generosas, e cooperativas, bem como são geralmente quem toma decisões, cuida dos problemas, e soluciona qualquer situação. Entretanto, a pessoa que representa o papel de salvador acaba esquecendo-se de si mesma, e passa a viver em função dos outros, de ajudá-los, de ampará-los e cuidá-los. Já o papel de Perseguidor, como o próprio nome sugere, é caracterizado pela perseguição que esta pessoa faz aos outros. Geralmente, este tipo de papel é manifestado por meio de broncas que os pais dão a seus filhos ou ainda pelas exigências do patrão com os serviços de seus funcionários. O Perseguidor é aquele que critica, põe defeito, desvaloriza o outro, é agressor, desrespeita, usa de ameaças, guarda ressentimentos e é vingativo. O papel de Vítima no Triângulo Dramático é representado por pessoas que sempre estão sendo oprimidas pelos outros, estando sempre por baixo, em uma posição de inferioridade. A Vítima caracteriza-se por ajudar, por colaborar com o opressor na medida em que se aceita como impotente. A vítima tem por objetivo deixar que os outros assumam a responsabilidade e ela baseia seus comportamentos em atos autodestrutivos, bem como em manipulações que fazem com os outros e, por meio da culpa que provoca neles através do jogo.